Título: Eras: Despertar
Autor: PLAY, STEPHEN
Editora: Americana
ISBN: 9788563358004
Ano: 2010
Páginas: 296
Um livro ousado. O período com que começo
esta pequena resenha resume em si o primeiro comentário que me veio à mente
após ler o Livro 1, Despertar, da Série Eras, de Stephen Play.
A obra possui três narradores, o que já é
por si só um estilo interessante. As diferentes perspectivas advindas das
diferentes personalidades narrativas tornam o texto atrativo a uma gama maior
de leitores. Kuius, Lafet-Miwo e Christian possuem um estilo próprio e
perspectivas que englobam todos os lados que compõem a história.
É realmente um texto informativo. Se dispõe a definir conceitos – em
especial o de consciência e evolução – e à explanações filosóficas sobre
temáticas diversas, sendo o perdão e o amor as mais constantes dentre todas as
necessidades apontadas. Aqui, então, temos o ponto que, em visão, é o mais
interessante da obra: a revelação de uma evolução cultural e natural do homem e
do mundo totalmente divergentes daquela generalizada pela ciência e através das
instituições protagonistas da sociedade.
Polêmico. Afirmar a ignorância humana ante
sua própria origem e sustentar que as religiões fomentam ilusões inconsistentes
ante as verdades expostas na narração de Kuius é um ato de coragem. Isso
germinará em uma gama de leitores fiéis, que abraçarão com gosto esse e os
outros livros da Série que ainda estão por vir. Em contrapartida muitos
leitores poderão se sentir violentados em suas crenças ou mesmo no seu
conhecimento secular. A estes, abraçar o livro como uma simples obra de ficção,
como tantas que há, é uma atitude inteligente e necessária.
Em síntese: é realmente um livro interessante. Mas que suscita nos seus
leitores sentimentos extremos, antagônicos (oito ou oitenta, ame-o ou deixe-o),
mas que provavelmente agradará à maioria daqueles que se dispuserem a uma boa
leitura e tiverem uma mente aberta a novos conceitos e opiniões sobre nós e o
mundo.
Um ponto negativo?
Quanto ao conteúdo tudo é uma questão de
gosto literário, e medindo-se por meu gosto em particular está tudo em ordem;
até mesmo o fato de a personificação do Mal, Sorat, ser vista como necessária e
com certa condescendência por Kuius é compreensível com uma breve análise da
personalidade desse representante das Plêiades.
E a capa?
Esta, embora possua um diálogo muito bom com o conteúdo da obra, em termos
artísticos e comerciais deixa a desejar. Poderia ser melhor elaborada
deixando-se a capa atual como ilustração para o interior do livro, dada sua
sintonia com o assunto. Mas, como comumente costuma-se dizer “não se julga um
livro pela capa”. Consuma-se, então, seu conteúdo...Eu recomendo.
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