Editora:
Dimensão
Autor: ANDARAÍ,
VÁRIO DO
Ilustrador:
Guto Lins
Coleção:
Fora dos Trilhos
Formato:
15 x 21 cm
Páginas:
160 páginas
Só o selo na capa fala por si só qual o
padrão de qualidade desta obra. Mas serei pretensioso. Agirei como se as linhas
seguintes possam acrescentar algo ao pódio conquistado pela "Máquina de
Revelar Destinos não Cumpridos". Exporei minha opinião de cacique
apreciador de uma boa leitura.
É comum destacarmos a complexidade do ser
humano, como cada indivíduo é único costuma ser cantado em verso e prosa nos
mais diferentes tipos de textos. Afirmação trivial. Isso porque somos bons
observadores da vida e dos homens, mas quando se trata de transmitir para o
papel as obviedades humanas nossa competência narrativa esbarra em formas
geralmente pouco atrativas de se externalizar os relatos. É essa competência
bem desenvolvida que diferencia contadores de “causos”, como tantos que há por
esse brasilzão de Deus e um escritor laureado com uma premiação como o Jabuti 2010(seja 1º, 2º, 3º ou mesmo
uma indicação a qualquer das categorias do prêmio).
Nada me custa louvar o acerto indiscutível
da Editora
Dimensão ao publicar este livro. Vário do Andaraí busca em
eventualidades de conversas elementos humanos constitutivos de uma sociedade
que vista de perto se mostra ainda mais interessante. Poucas são as categorias
profissionais privilegiadas por esse contato com o homem, de tal forma que o
outro se exponha tanto, como o tem o taxista. É dessa relação inter-pessoal que
surgem as histórias contadas neste livro e tão bem aproveitadas pelo condutor
da viatura 055.
Sim, reconhecemos que o conteúdo narrativo
é belo e muito interessante. Porém, o que prende com tanta eficiência o leitor
– e esse certamente foi o meu caso – é a qualidade argumentativa do senhor
Vário do Andaraí dentro das limitações do tipo de obra que expunha. Sua
perspicácia possui uma emotividade latente, mas que algumas vezes se deixa
aflorar (veja-se “Vodka”) possui ainda uma contenção proporcionada por aspectos
de sabedoria (veja-se “Significantes e Significados”). É o saber aproveitar a
visão privilegiada que se tem.
O caráter poético trazido pelo texto é um
tempero indiscutível, diferenciador entre uma história que nos passaria
despercebida e uma crônica pertencente a um livro que ganhou o segundo lugar na
categoria Contos e Crônicas do Prêmio
Jabuti/2010. É essa poeticidade, associada à competência narrativa e à
perspicácia do autor que nos leva a concluir que o gênio do senhor Andaraí possivelmente poderia
divagar por qualquer dos gêneros literários e, ainda assim, nos presentearia
com uma obra tão interessante - ou ainda melhor – quanto “A Máquina de Revelar
Destinos não Cumpridos”.
Sim, todas as tribos do Tribos da
Literatura ouçam o grito na floresta! Em superlativo absoluto sintético:
recomendadíssimo!
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